Filme de Laís Bodanzky estará em Berlim
Mais um filme brasileiro foi confirmado na programação da mostra Panorama, do Festival de Berlim. É Como nossos pais, de Laís Bodanzky (As melhores coisas do mundo), drama sobre o embate de gerações protagonizado por Maria Ribeiro e Paulo Vilhena. O longa vem se juntar a Pendular, de Julia Murat, e Vazante, de Daniela Thomas, já anunciados na seção.
Será um ano marcante para o cinema nacional na Berlinale, com Joaquim, de Marcelo Gomes, em competição pelo Urso de Ouro – o primeiro desde Praia do Futuro, de Karim Aïnouz, em 2014 -, e outros cinco longas em outras seções (confira a lista aqui). Como nossos pais será distribuído no Brasil pela Imovision, ainda sem previsão de estreia.
No anúncio divulgado hoje, dia 25, que encerra os selecionados para a mostra Panorama, também foi incluído um curta brasileiro, a animação Vênus-Filó, a fadinha lésbica, de Sávio Leite. Ele se junta a outros dois curtas já anunciados, um em competição e outro na seção Generation.
O texto de hoje do festival menciona a “forte presença” do Brasil na seção este ano. Ao todo, foram anunciadas 24 novas produções na mostra Panorama, que agora totalizam 51 filmes de 43 países. A lista de todos os títulos da leva mais recente pode ser conferida na íntegra no texto para a imprensa.
Indicações do César destacam Elle
Concorrendo em 11 categorias, Elle, de Paul Verhoeven, foi o grande destaque do anúncio dos indicados do César, prêmio máximo do cinema francês. A lista de filmes que disputarão as estatuetas no próximo dia 24 de fevereiro foi revelada hoje, dia 25, em um café da manhã oferecido pela Academia de Artes e Técnicas de Cinema, no restaurante parisiense Fouquet. O brasileiro Aquarius, de Kléber Mendonça Filho, está entre os selecionados para a categoria filme estrangeiro.
Isabelle Huppert, que já venceu o Globo de Ouro pelo papel e também está no páreo do Oscar, vai concorrer ao prêmio de melhor atriz por Elle. O longa do cineasta holandês vai disputar categorias de peso, como melhor filme e diretor, na premiação francesa. O thriller sobre uma mulher violentada que acaba se envolvendo em um jogo sombrio ainda está em cartaz em alguns cinemas brasileiros, com distribuição da Sony.
Outros filmes que concentraram indicações foram Frantz, drama de época de François Ozon (8 mulheres), presente em dez categorias, e Mistério na Costa Azul, de Bruno Dumont (Camille Claudel 1915), em nove. Um instante de amor, de Nicole Garcia (Place Vendôme), disputa oito estatuetas. Confira as datas de lançamento no Brasil no Calendário.
Aquarius vai concorrer com outros seis filmes na categoria filme estrangeiro: Eu, Daniel Blake, de Ken Loach; Manchester à beira-mar, de Kenneth Lonergan; Toni Erdmann, de Maren Ade; A garota sem nome, dos irmãos Dardenne; É apenas o fim do mundo, de Xavier Dolan; e Bacalaureat, de Cristian Mungiu.
Durante o anúncio, o presidente da Academia, Alain Terzian, falou rapidamente sobre a saída de Roman Polanski do posto de presidente da cerimônia. O cineasta, condenado por abuso sexual de vulnerável em 1978, desistiu da função depois que um grupo de feministas ameaçou protestar no César contra a escolha. “Eu não me envolvo nesse tipo de escândalo. A única coisa que devemos observar é seu trabalho como artista”.
Baixe aqui o arquivo em pdf com todos os indicados.
Japão fecha em alta graças a sucessos locais
O mercado japonês de cinema cresceu 8% em 2016, com um total de US$ 2,08 bilhões de bilheteria. O Japão é conhecido pelos fortes títulos locais e no ano passado não foi diferente. O campeão do ranking foi a animação Kimi no na wa (Your name, no título internacional), com US$ 190 milhões.
Terceiro mercado mundial de cinema, atrás da América do Norte e China, o Japão obteve em 2016 sua maior renda desde 2010, ano de Avatar. Foram 180 milhões de espectadores, número que não se repetia desde 1974. Os dados são da Associação de Produtores de Cinema.
Elogiado pela crítica, com 97% de avaliações positivas no Rotten Tomatoes, Your name conta a história de dois jovens separados pela distância – ela, no interior, ele, em Tóquio – que se aproximam em sonhos. O filme também foi sucesso fora do mercado japonês, com renda internacional de cerca de US$ 300 milhões.
No top do ano, aparece em segundo lugar Star Wars: Episódio VII – O despertar da força, com US$ 102,5 milhões. Em seguida, vem outro filme japonês, Shin Godzilla, mais um reboot com o clássico lagartão da produtora e distribuidora Toho. A 31ª produção da franquia acumulou US$ 72 milhões nas bilheterias locais.
O vigor do mercado cinematográfico japonês nesse período pode ser creditado principalmente às produções locais, que ficaram com impressionantes 63,1% da renda do ano – taxa que só perde para os 64% de 1969. Em 2015, essa fatia foi de 55%. Para se ter uma ideia, no Brasil os títulos nacionais ficaram com 13,9% da arredação total em 2016.
Foram lançados 610 filmes japoneses em 2016, contra 581 no ano anterior. Com 3.472 salas, o circuito cresceu apenas 35 telas em um ano.
La la land tem recorde de 14 indicações ao Oscar
A Academia de Artes e Ciências Cinematográficas de Hollywood divulgou nesta terça os indicados ao Oscar. O destaque foi o novo queridinho de Hollywood, o musical La la land – Cantando estações (Paris), que bateu recorde de indicações. Foram 14 no total, feito até hoje alcançado apenas por Titanic, em 1998, e A malvada, em 1951. A lista se assemelha à performance do filme na corrida pelo Globo de Ouro, onde faturou todas as sete estatuetas para as quais tinha sido indicado, incluindo a de melhor comédia ou musical. A cerimônia será no domingo dia 26 de fevereiro em Los Angeles – durante o Carnaval no Brasil.
Moonlight – Sob a luz do luar (Diamond), vencedor do Globo de Ouro de melhor filme dramático, e o sci-fi de Denis Villeneuve, A chegada (Sony), aparecem em oito categorias, entre elas a de melhor filme e direção. O drama Manchester à beira-mar (Sony) ficou com seis indicações. Estrelado por Casey Affeck e Michelle Williams, ambos indicados em suas categorias, este é o primeiro filme de um serviço de streaming (Amazon) a disputar na categoria de melhor filme.
Ecoando os protestos por uma maior inclusão de profissionais negros nas indicações, que começaram nas indicações do ano passado, o Oscar registrou um número recorde de atores negros indicados – seis no total: um ator (Denzel Washington, Um limite entre nós), uma atriz (Ruth Negga, Loving), um ator coadjuvante (Mahershala Ali, Moonlight) e três atrizes coadjuvantes – Viola Davis em Um limite entre nós, Naomie Harris em Moonlight e Octavia Spencer em Estrelas além do tempo.
O anúncio, transmitido via streaming no site do Oscar e pelo Canal TNT, incluiu depoimentos de ganhadores do Oscar e um trailer com as principais produções do ano.
A lista completa dos indicados pode ser conferida abaixo. Façam suas apostas!
FILME
A chegada
Um limite entre nós
Racksaw ridge – Até o ultimo homem
A qualquer custo
Estrelas além do tempo
La la land – Cantando estações
Lion – Uma jornada para casa
Manchester à beira-mar
Moonlight – Sob a luz do luar
DIREÇÃO
Damien Chazelle (La la land – Cantando estações)
Barry Jenkins, (Moonlight – Sob a luz do luar)
Kenneth Lonergan (Manchester à beira-mar)
Denis Villeneuve (A chegada)
Mel Gibson (Hacksaw ridge – Até o último homem)
ATRIZ
Emma Stone (La la land – Cantando estações)
Natalie Portman (Jackie)
Meryl Streep (Florence – Quem é essa mulher)
Isabelle Huppert (Elle)
Ruth Negga (Loving)
ATOR
Casey Affleck (Manchester à beira-mar)
Denzel Washington (Um limite entre nós)
Ryan Gosling (La la land – Cantando estações)
Viggo Mortensen (Capitão Fantástico)
Andrew Garfield (Hacksaw ridge – Até o ultimo homem)
ATRIZ COADJUVANTE
Viola Davis (Um limite entre nós)
Naomi Harris (Moonlight – Sob a luz do luar)
Nicole Kidman (Lion – Uma jornada para casa)
Octavia Spencer (Estrelas além do tempo)
Michelle Williams (Manchester à beira-mar)
ATOR COADJUVANTE
Jeff Bridges (A qualquer custo)
Mahershala Ali (Moonlight – Sob a luz do luar)
Dev Patel (Lion – Uma jornada para casa)
Michael Shannon (Animais noturnos)
Lucas Hedges (Manchester à beira-mar)
FOTOGRAFIA
A chegada
La la land – Cantando estações
Lion – Uma jornada para casa
Moonlight – Sob a luz do luar
Silence
EFEITOS VISUAIS
Horizonte profundo – Desastre no Golfo
Rogue One – Uma história Star Wars
Mogli – O menino lobo
Doutor Estranho
Kubo e as cordas mágicas
DOCUMENTÁRIO
Fogo no mar
I am not your negro
Life, animated
O.J.: Made in America
A 13ª emenda
MAQUIAGEM E CABELO
A man called Ove
Star Trek – Sem fronteiras
Esquadrão Suicida
ROTEIRO ORIGINAL
A qualquer custo
La la land – Cantando estações
O lagosta
Manchester à beira-mar
20th century women
ROTEIRO ADAPTADO
A chegada
Um limite entre nós
Estrelas além do tempo
Lion – Uma jornada para casa
Moonlight – Sob a luz do luar
EDIÇÃO
A chegada
Hacksaw ridge – Até o último homem
A qualquer custo
La la land – Cantando estações
Moonlight – Sob a luz do luar
DIREÇÃO DE ARTE
A chegada
Animais fantástico e onde habitam
Ave, César!
La la land – Cantando estações
Passageiros
EDIÇÃO DE SOM
A chegada
Horizonte profundo – Desastre no Golpe
Hacksaw ridge – Até o último homem
La la land – Cantando estações
Sully – O herói do rio Hudson
MIXAGEM DE SOM
A chegada
Hacksaw ridge – Até o último homem
La la land – Cantando estações
Rogue One – Uma história Star Wars
13 horas – Os soldados secretos de Benghazi
CANÇÃO ORIGINAL
“Auditon (The fools Who dream)”, de La la land – Cantando estações
“Can’t stop the feeling”, de Trolls
“City of stars”, de La la land – Cantando estações
“The empty chair”, de Jim – The James Foley story
“How far I’ll go”, de Moana – Um mar de aventuras
TRILHA SONORA ORIGINAL
Jackie
La la land – Cantando estações
Lion – Uma jornada para casa
Moonlight – Sob a luz do luar
Passageiros
FIGURINO
Aliados
Animais fantásticos e onde habitam
Florence – Quem é essa mulher?
Jackie
La la land – Cantando estações
ANIMAÇÃO
Kubo e as cordas mágicas
Moana – Um mar de aventuras
Minha vida de abobrinha
Zootopia – Essa cidade é o bicho
A tartaruga vermelha
FILME ESTRANGEIRO
Terra de Minas (Alemanha)
A man called Ove (Suécia)
O apartamento (Irã)
Tanna (Austrália)
Toni Erdmann (Áustria)
Curta-metragem
Ennemis intérieurs
La femme et le TGV
Silent night
Sing
Timecode
Curta-metragem de animação
Blind Vaysha
Borrowed time
Pear cider and cigarettes
Pearl
Piper
Documentário em curta-metragem
Extremis
41 miles
Joe’s violin
Watani: My homeland
The white helmets
Zoolander 2 e Batman lideram Framboesa de Ouro
A comédia Zoolander 2 e Batman vs Superman: A origem da Justiça lideraram as indicações do 37º Framboesa de Ouro, tradicional premiação dos piores filmes do ano, cujas indicações e vencedores saem sempre um dia antes dos anúncios do Oscar.
A sequência com Ben Stiller teve nove indicações, incluindo pior filme, sequência, ator, atriz coadjuvante (Kristen Wiig) e ator coadjuvante (Will Ferrell). O primeiro filme do Batman com Superman teve oito indicações, entre elas pior filme, ator (Ben Affleck e Henry Cavill) e ator coadjuvante (Jesse Eisenberg).
Outros filmes que apareceram na lista foram a comédia Tirando o atraso, com Robert DeNiro e Zac Efron (seis indicações), o épico Deuses do Egito (cinco), o documentário Hillary’s America: The secret history of the Democratic Party (cinco) – não lançado no Brasil, Independence Day: O ressurgimento (cinco) e Alice através do espelho (três).
Estrelas em mau momento
Como é de costume, o Framboesa indica grandes nomes consagrados de Hollywood nas categorias de pior ator. Este ano, foram indicados DeNiro (por Tirando o atraso), Julia Roberts (O maior amor do mundo), Naomi Watts (Refém do medo e a A série Divergente: Convergente), Johnny Depp (Alice através do espelho) e Nicholas Cage (Snowden).
Confira a lista completa de indicados no site do Framboesa de Ouro.
Os indicados são escolhidos por um grupo de 1.014 votantes associados ao Razzies, incluindo pessoas de 24 países fora dos EUA. Uma das categorias mais inusitadas, a de pior combo, é escolhida em parceria com o site Rotten Tomatoes, popular site americano de avaliação dos filmes pelos internautas.
A cerimônia de premiação será no sábado 25 de fevereiro, véspera da cerimônia do Oscar. Normalmente, os premiados não aparecem para buscar sua estatueta. Uma das exceções foi a atriz Halle Berry, que fez um discurso bem humorado ao receber o Framboesa de pior atriz em 2005 por Mulher-Gato.
Renda do cinema francês cai 63% no exterior
Os filmes franceses tiveram uma renda total de 230 milhões de euros (US$ 240 milhões) fora da França em 2016, uma grande queda de 63% em relação ao ano anterior – num total de 34 milhões de ingressos vendidos. Isso porque nenhum filme com coprodução francesa (mesmo os falados em inglês) provou-se um grande sucesso nos EUA ou na China no ano passado. Em 2015, o total foi de 622,8 milhões de euros. Os dados são da Unifrance, agência responsável pela exportação do cinema francês no mundo.
Na falta de um novo sucesso, a animação O pequeno príncipe (2015), segundo entre os mais rentáveis de 2015, foi o campeão em 2016. Uma das grandes apostas do ano, o thriller Refém do medo, com Naomi Watts e produção da francesa EuropaCorp – que arrecadou apenas US$ 6,9 milhões nos EUA – ficou em segundo.
Foi o pior desempenho dos produtores franceses no século 21, e a primeira vez neste século que os filmes com selo francês somaram menos de 40 milhões de ingressos anuais.
Sem Scarlett
Um dos motivos atribuídos é que justamente a poderosa EuropaCorp, produtora do cineasta Luc Besson, não teve nenhum grande sucesso na lista no ano passado. “Ficamos mal acostumados com o fato de filmes como Lucy (2014), com Scarlett Johansson, ou Busca implacável (2008), com Liam Neeson, fazerem um público entre 20 e 30 milhões cada um. E isso não é normal”, afirmou Gilles Renouard, diretor da Unifrance.
Pela segunda vez nos últimos cinco anos, os filmes com produção ou coprodução francesa venderam menos tickets fora de casa do que no próprio país. Mas o mercado externo é conhecido por ser muito mais volátil para esses longas.
Com a pouca participação dos EUA e da China, cerca de 50% da renda das produções francesas fora da França em 2016 veio das bilheterias obtidas nos outros países da Europa Ocidental.
A grande aposta
Bastam um ou dois filmes de potencial, porém, para reverter o quadro em 2017. A maior aposta é o sci-fi Valerian e a cidade dos mil planetas, com direção do próprio Besson, que já está sendo conhecido como o filme independente mais caro da história – um orçamento de cerca de US$ 209 milhões, bem acima dos US$ 83 milhões do último recordista, Astérix nos Jogos Olímpicos (2008). No Brasil, a Diamond planeja lançar o longa em 17 de agosto.
E há ainda Demain tout commence (Amanhã tudo começa), drama familiar estrelado por Omar Sy, o astro de Intocáveis, maior bilheteria da França no mundo em 2011.
+ Leia mais sobre Valerian e a cidade dos mil planetas na Comic-Con Brasil
China e Hollywood: o começo do fim?
O namoro de Hollywood com a China pode ter um 2017 turbulento. De acordo com reportagem do Hollywood Reporter, a ascensão do protecionismo estatal chinês, especialmente em relação à indústria audiovisual, ameaça prejudicar as transações bilionárias que caracterizaram os negócios entre as duas nações em 2016 no setor.
Em dezembro, o governo chinês anunciou que está monitorando transações “irracionais” de empresas locais no exterior. Esse controle será dirigido a alguns setores específicios, como esportes, mercado imobiliário e cinema. As condutas seriam normatizadas em um documento ainda não divulgado.
O ano de 2016 foi a coroação de uma série de investimentos pesados vindos de players chineses nos Estados Unidos, entre eles a compra da Legendary Entertainment pelo Dalian Wanda Group, por US$ 3,5 bilhões; a injeção da Alibaba na Amblin, produtora de Steven Spielberg; e os US$ 500 milhões despejados pela Perfect World Pictures, de Pequim, em 50 filmes da Universal.
Compra cancelada
Em um rascunho das novas regras obtido pela imprensa, o governo chinês passaria a investigar transações acima do US$ 1 bilhão no exterior caso o negócio esteja fora da área de atuação principal do investidor. Foi o caso, por exemplo, da Voltage Entertainment, produtora de Clube de compras Dallas, que anunciou em novembro sua venda para a Anhui Xinke, empresa asiática fabricante de cabos e fios. As companhias acabaram voltando atrás, não se sabe se já por influência da postura estatal da China.
O governo chinês estaria preocupado com a fuga de capital e com a possibilidade de companhias locais estarem usando transações espetaculosas para elevar o preço de suas ações. Analistas ouvidos pelo Hollywood Reporter preveem que a partir de 2017 será mais difícil fechar acordos do gênero.
Também não deve ajudar o fato de o presidente eleito americano, Donald Trump, ter anunciado o nome de Peter Navarro para o recém criado Conselho Nacional do Comércio. O professor de economia é autor do livro Death by China, um ataque violento às políticas de comércio do país asiático.
No Congresso, resistência
Nos EUA, cresce a resistência ao enlace de Hollywood com o capital chinês. Recentemente, o líder da minoria democrata no Senado, Chuck Schumer, divulgou uma carta na qual sugere que a compra em massa de empresas americanas por parceiras da China seja acompanhada pelo governo para examinar possíveis indícios de que seja uma ação orquestrada.
No entanto, o magnata Jack Ma, fundador da gigante Alibaba, teve uma reunião com Donald Trump no último dia 9 em tom amistoso. Ele prometeu criar cerca de um milhão de empregos nos Estados Unidos. Yu Yongfu, chefe de entretenimento do conglomerado, disse que planeja investir US$ 7,2 milhões em mídia nos próximos três anos, com foco em conteúdo.
Bilheteria na Argentina cresce 24,7% em 2016
A Argentina, terceiro maior mercado audiovisual da América Latina depois do México e do Brasil, registrou uma alta de 24,7% nas bilheterias em 2016, alcançando um recorde de 3,9 bilhões de pesos (US$ 245,8 milhões). Os números foram divulgados pelo INCAA, o Instituto Nacional de Cinema do governo.
A alta foi registrada em pesos – em dólar, houve uma queda acentuada, por conta da desvalorização de 62% da moeda local no ano.
Por outro lado, houve uma leve queda de 3,14% no número de ingressos vendidos – a alta, portanto, pode ser explicada pelo aumento do p.m.i. e pelo crescimento das sessões em 3D. Foram 48,9 milhões de ingressos em 2016 – o segundo maior resultado da década, atrás apenas de 2015.
A força dos bichinhos
O resultado se deve à conjunção de grandes títulos americanos com alguns poucos e bons desempenhos do próprio cinema argentino. Ao contrário do Brasil, em que os filmes de super-herói (Capitão América, Batman vs Superman e Esquadrão Suicida) lideraram o box office em 2016, lá os campeões foram as animações e filmes para toda a família: Procurando Dory (US$ 17,2 milhões), A era do gelo 5 (US$ 14,5 milhões) e Pets – A vida secreta dos bichos (US$ 12,8 milhões).
Entre os filmes locais, não houve um grande blockbuster como a comédia Relatos selvagens em 2014 ou o thriller O clã em 2015. Mas garantiram boas rendas a comédia Me casé con un boludo (US$ 9 milhões), o biográfico Gilda – No me arrepiento de este amor (US$ 4,6 milhões), o romance El hilo rojo (US$ 3,3 milhões) e O cidadão ilustre (US$ 3,3 milhões), indicado do país ao Oscar. O market share nacional ficou em 14,4%, um pouco abaixo dos dois anos anteriores. Os quatro filmes acima tiveram distribuição local da Disney.
Longa brasileiro vai competir em Berlim
Depois da grande repercussão do pernambucano Aquarius na competição do Festival de Cannes, o Festival de Berlim anunciou nesta terça um longa brasileiro na competição. Joaquim, de Marcelo Gomes (diretor de Cinema, aspirinas e urubus) mostra a vida de Joaquim José da Silva Xavier, o futuro Tiradentes, quando ele ainda era alferes da Guarda Real e o processo de tomada de consciência política ao se tornar um rebelde contra o domínio colonial português. O evento será entre 9 e 19 de fevereiro, na capital alemã.
Com produção da REC (de João Vieira Jr.) em associação com a Dezenove (de Sara Silveira), o longa tem coprodução da portuguesa Ukbar Filmes e da espanhola Wanda Films. O protagonista é vivido por Julio Machado (das novelas Velho Chico e Verdades secretas).
A última vez que o Brasil teve um representante na competição do Festival de Berlim foi em 2014, quando Praia do Futuro, de Karim Ainouz, com Wagner Moura, concorreu ao Urso de Ouro. Em 2007, Tropa de elite levou o prêmio máximo do festival.
Joaquim vai concorrer com os novos filmes do coreano Hong Sansoo (On the beach at night alone) e do alemão Volker Schlondorff (Return to montauk), entre outros. Também serão exibidos na mesma seleção, mas fora de competição,T2 Trainspotting, sequência do filme de 1996 novamente dirigido por Danny Boyle; Logan, o novo filme do Wolverine; El bar, do espanhol Alex de la Iglesia.
Há alguns dias, outros dois longas – Vazante, de Daniela Thomas, e Pendular, de Julia Murat – foram anunciados na seção Panorama, a principal mostra paralela do festival. E um curta pernambucano – Estás vendo coisas, de Bárbara Wagner e Benjamin de Burca – foi selecionado para a competição de curtas do festival.
Urso e tigre
Mais 14 filmes brasileiros, entre longas e curtas, foram selecionados para o Festival de Roterdã, que acontece na cidade portuária holandesa poucos dias antes da Berlinale, de 25 de janeiro a 5 de fevereiro. Roterdã é um dos principais festivais do circuito de segunda linha da Europa, com maior foco em filmes independentes e autorais, ao lado de Locarno, na Suíça, e San Sebastián, na Espanha.
Na competição principal pelo Tigre do festival, está o longa Arábia, de Affonso Uchoa e João Dumans. Os outros cinco longas nacionais na programação do festival são Corpo elétrico, de Marcelo Caetano; Antônio um dois três, de Leonardo Mouramateus; Pela janela, de Carolina Leone; Elon não acredita na morte, de Ricardo Alves Jr.; e Beduíno, de Julio Bressane.
Nos EUA, Estrelas além do tempo lidera
Com a chegada dos números finais do mercado americano, o drama Estrelas além do tempo (Hidden figures, Fox) ascendeu à liderança do ranking, à frente de Rogue One – Uma história Star Wars por curta vantagem. A trama sobre um time de matemáticas negras a serviço da NASA ganhou uma expansão de mais de 2,4 mil cinemas e arrecadou US$ 22,8 milhões, enquanto a saga estelar, há quatro semanas em cartaz, fez outros US$ 22 milhões. Rogue One se aproxima dos US$ 500 milhões no acumulado doméstico e do US$ 1 bilhão no global.
Em terceiro e ainda em amplo circuito, Sing – Quem canta seus males espanta (Universal) teve renda de US$ 20,7 milhões. A animação acumula até o momento US$ 214,5 milhões em sua terceira semana.
Única grande estreia da semana, Anjos da Noite: Guerras de sangue (Sony) abriu em quarto, com US$ 13,6 milhões, abaixo dos US$ 17 milhões previstos pelo site BoxOffice Pro.
Vencedor de sete Globos de Ouro, o musical La la land – Cantando estações (Lionsgate) subiu da sétima para quinta posição, com mais US$ 10 milhões e US$ 51 milhões no acumulado. Pode-se creditar o crescimento de 6% ao “efeito Globo de Ouro”, já que o filme era um dos favoritos a levar estatuetas e de fato cumpriu as promessas no domingo, com sete prêmios.
Outra expansão de circuito, da fantasia Sete minutos depois da meia-noite (Focus), com Sigourney Weaver, ficou em 12º lugar no ranking, com US$ 2 milhões.