‘Meninas malvadas’ e ‘Beekeeper’ lideram fim de semana no mundo

O ranking global deste fim de semana foi definido pelo impulso do feriadão do Dia de Martin Luther King, comemorado nos EUA nesta segunda, 15, e foi marcado pela disputa acirrada entre duas novidades: Meninas malvadas (Paramount) e Beekeeper – Rede de vingança (Miramax). 

O musical inspirado na obra de Tina Fey levou a melhor nos EUA, com US$ 28 milhões arrecadados de sexta a domingo, e US$ 32 milhões com a renda estimada de segunda-feira. A abertura ficou dentro das expectativas do mercado.

Além dos EUA, Meninas malvadas chegou apenas a outros 16 territórios, o que pode significar novos impulsos ao filme em suas próximas aberturas. 

Nesta primeira fase, o Brasil aparece entre os melhores mercados internacionais do filme:

Beekeeper se destaca fora dos EUA

De acordo com o Deadline, quem levou a melhor no mundo foi Beekeeper, que garantiu US$ 20,4 milhões em 49 mercados internacionais, US$ 16,8 milhões nas bilheterias norte-americas e a vice-liderança global. Com a arrecadação de segunda nos EUA, o filme totaliza uma abertura de US$ 39,5 milhões pelo mundo.

Internacionalmente, a China (US$ 4,4 milhões) foi o mercado líder do longa com Jason Statham, seguida por Alemanha/Áustria (US$ 2,8 milhões), Oriente Médio (US$ 2,7 milhões), Austrália/Nova Zelândia (US$ 1,4 milhão), México (US$ 1,3 milhão) e Reino Unido (US$ 1,2 milhão).

Wonka supera US$ 500 milhões 

Neste fim de semana, Wonka superou a marca de US$ 500 milhões globais, ultrapassando A fantástica fábrica de chocolate (US$ 474,9 milhões) e se tornando a maior bilheteria da franquia, com US$ 505,3 milhões. A marca foi alcançada após o filme arrecadar US$ 23,7 milhões, em uma queda de 45,3%.

Aquaman 2 – O reino perdido (Aquaman) também passou por uma retração acima dos 40%. O resultado pode ser associado à chegada de novos longas nos EUA em um fim de semana de feriadão. O super-herói viu sua renda diminui 46,4% ao captar US$ 21,9 milhões (-46,4%). A estreia do filme no Japão — onde liderou as bilheterias com US$ 1,6 milhão — conteve a desaceleração do longa, que totaliza US$ 373,7 milhões globais.

O chinês Johnny keep walking fecha o top 5 global do fim de semana, após arrecadar US$ 19,7 milhões (-12,4%) e garantir um acumulado de US$ 109 milhões.

Crescimento de UCI, UCI/Kinoplex e Cineflix se destaca em 2023, e Nordeste e AM saltam em renda

A aquisição de algumas redes exibidoras por outras influenciou, em boa parte, o crescimento do setor no Brasil em 2023. É o que mostra levantamento do Filme B Box Office Brasil.

No ano passado, o mercado exibidor cresceu 21% em público e 25% em renda em relação ao ano anterior, como mostrou a Filme B. E, entre as dez redes deste setor que mais arrecadaram no período, as que mais ampliaram a venda de ingressos foram a UCI, a dobradinha UCI/Kinoplex e a Cineflix.

As três empresas apresentaram crescimento bastante acima da média nacional:

A Cinemark, rede que mais arrecadou em 2023, e a Kinoplex, em terceiro lugar, tiveram crescimento perto da média nacional, mas bem acima que concorrentes como Araújo e Cinépolis. Foi um desempenho importante, considerando que as empresas não adquiriram outras unidades — a Kinoplex, inclusive, vendeu uma para a Cineflix.

No top 20, também se destacaram Centerplex, Grupo Cine, UCI/Orient e Cine Show, conforme tabela abaixo.

No caso do Grupo Cine, o crescimento foi notável. A rede incorporou, desde 2022, 17 salas de Arcoplex, Centerplex e Cine Inter.

Crescimento nos estados

Quando analisamos o crescimento dos estados, os do Nordeste dominam a lista, além do Amazonas — o grande campeão nacional do top 20 em termos de diferença, com R$ 30,9 milhões arrecadados em 2023.

No total, o Nordeste registrou R$ 377,6 milhões em renda (+30%) e 20,6 milhões em público (+27%). E o Amazonas, R$ 41,5 milhões em renda (+34%) e 2,2 milhões em público (+29%).

O mercado exibidor prevê um 2024 um pouco mais fraco por causa da ausência de tantos blockbusters como aconteceu em 2023. Há um consenso, porém, que o cinema brasileiro pode compensar essa perda. Minha irmã e eu (Dt/Paris), por exemplo, acaba de ultrapassar 1 milhão de ingressos vendidos, o primeiro filme a atingir a marca desde Minha mãe é uma peça 3, antes da pandemia.

‘Barbie’ teve 68% de ocupação em suas sessões iniciais no Brasil, mostra levantamento

Barbie (Warner) foi o filme de 2023 com a maior taxa de ocupação em suas sessões de abertura — ou seja, no primeiro fim de semana em cartaz, cada uma de suas 24,6 mil exibições ficaram 68,1% preenchidas. Os dados, levantados pelo Filme B Box Office Brasil, dão uma nova dimensão do sucesso do fenômeno de bilheteria, e revelam quais outros filmes do ano passado tiveram um bom aproveitamento no circuito.

Nenhum outro título “ameaçou” os 68,1% de Barbie, e, não à toa, o longa de Greta Gerwig saiu do Globo de Ouro com o prêmio de “maior feito cinematográfico e de bilheteria” do ano, algo que também se refletiu no Brasil. Quem chegou mais perto foi Oppenheimer (Universal), com 58,3%.

O interessante é que o épico de Christopher Nolan não figura no top 10 das maiores rendas de abertura de 2023 — ficou em 13º lugar, com R$ 12,6 milhões —, conforme tabela abaixo. Isso significa que a procura por ingressos foi grande dentro das sessões iniciais disponibilizadas para o público, um mérito que deve ser compartilhado com a área de programação dos exibidores e o marketing da distribuidora.

Terror se destaca

Nessa mesma linha, vale destacar ao menos dois terrores que, apesar de não aparecerem sequer no top 20 de maiores rendas de aberturas do ano, surpreenderam pela taxa de ocupação: Pearl (30,5%), da Cinecolor, e Oferenda ao demônio (29,4%), da Paris. São alguns dos poucos casos que, mesmo fora do ranking, ficaram na casa dos 30% (ou quase atingiram a marca) em termos de assentos preenchidos, o que só reforça o apelo dessas obras entre os fãs do gênero, conhecidos pela “ansiedade” de correr para as suas primeiras sessões.

Pearl, aliás, merece ser lembrado como um case de como o marketing orgânico nas redes sociais pode influenciar o desempenho de um filme nos cinemas. Antes de chegar aos complexos brasileiros, a trama com Mia Goth viralizou na internet por meio de memes, principalmente no Twitter, durante meses.

Menção especial também para A baleia (California), que, embora tenha tido a 72ª maior renda de abertura de 2023, registrou 26,9% de ocupação em suas exibições iniciais — um feito notável para uma produção nessa colocação.

VF10Guardiões 3 e Freddy’s têm taxa acima de 30%

Das 20 maiores aberturas do ano passado, apenas três outros filmes tiveram ocupação acima de 30%: Velozes e furiosos 10 (36,8%), da Universal, Guardiões da Galáxia Vol. 3 (31,3%), da Disney — ambos concorreram na mesma categoria de Barbie no Globo de Ouro, diga-se de passagem —, e Five nights at Freddy’s – O pesadelo sem fim (33,0%), da Universal.

Já a menor taxa do grupo foi registrada por As Marvels (10,7%), da Disney. O filme ficou abaixo das expectativas tanto no Brasil quanto no mundo, e a demanda por ingressos acabou ficando muito aquém do projetado pelo mercado. 

Ao todo, o top 20 foi responsável por 309,9 mil sessões em seus fins de semana de abertura.

Shows ao vivo do Japão

Não consideramos os filmes-shows por serem uma categoria à parte, pois se trata de exibições especiais marcadas pela presença maciça de fãs. Mesmo assim, vale destacar os eventos Suga – Live from Tokyo (57,8%) e Seventeen tour ‘Follow’ to Japan – Live viewing (41,4%), os únicos com taxa superior a 40%.

Títulos fortes reaquecem mercado e impulsionam bilheterias

Desde a cine-semana de 27 de julho a 2 de agosto de 2023, os cinemas brasileiros não arrecadavam tanto. Na ocasião, o circuito vivia a segunda semana de exibição de Barbeheimer, e registrava R$ 82,7 milhões. Agora, entre os dias 4 e 10 de janeiro, as bilheterias brasileiras captaram R$ 55,1 milhões, segundo dados do Filme B Box Office Brasil. 

O cenário mostra que o mercado pode ter ótimos resultados com mais de um título, sem concentrar a maior parte da renda apenas no líder da semana, como aconteceu no período citado de 2023, quando Barbie (Warner) totalizava 59,9% da renda total dos cinemas. Na cine-semana que se encerrou ontem, o líder Aquaman 2 (Warner) concentrava apenas 27,6% das bilheterias, dividindo o protagonismo da semana com as novas animações e as produções brasileiras em cartaz.

Em termos de público, os resultados também são animadores: 2,8 milhões de espectadores, o número mais alto registrado desde a Semana do Cinema, que ocorreu de 28 de setembro a 4 de outubro (3,1 milhões).

Portanto, um período de férias com oferta de títulos fortes e programação diversificada revela sua potência para reaquecer o mercado, como ocorreu em momentos de eventos marcantes para o cinema em 2023.

Retorno da atividade nos cinemas ajuda no crescimento semanal

Após as festas de fim de ano, o retorno dos espectadores para o circuito permitiu que os títulos apresentassem ótimas sustentações. Líder pela terceira semana consecutiva, Aquaman 2 – O reino perdido viu seu público (750,2 mil) diminuir apenas 3,3%, e sua renda (R$ 15,2 milhões), 1,4%. O quinto colocado, Mamonas Assassinas – O filme (Imagem), caiu 7,3% em renda (R$ 5,5 milhões) e 8,7% em público (292 mil), enquanto Wonka (Warner), que ficou com a sexta posição, registrou público (164,5 mil) 22,4% menor, e renda (R$ 3,2 milhões) 20,5% inferior, se comparados à semana passada.

O desempenho de Minha irmã e eu (Dt/Paris), no entanto, vai além do retorno dos espectadores ao circuito. Isto porque o filme foi o único do top 5 que viu seus resultados aumentarem entre 4 e 10 de janeiro: +26,5% em público (483,8 mil) e +29,9% em renda (R$ 9,4 milhões). Com um acumulado de 958 mil espectadores, a comédia brasileira deve ultrapassar a marca de 1 milhão de ingressos vendidos ainda hoje.

Mais de 1 milhão conferiram as novas animações em cartaz

Quem também impulsionou as bilheterias nesse movimento de crescimento foram as animações que estrearam na última quinta-feira, 4. Juntos, Wish – O poder dos desejos (Disney) e Patos! (Universal) atraíram mais de 1 milhão de pessoas para o circuito brasileiro.

O longa que celebra o centenário da Disney garantiu a vice-liderança da semana e levou a melhor entre os longas infantis, arrecadando R$ 11,8 milhões com a venda de 614,8 mil ingressos. Patos! ficou com a quarta colocação ao registrar R$ 7,6 milhões e 408,7 mil espectadores, totalizando agora um público acumulado de 549,6 mil.

O top 10 da cine-semana de 4 a 10 de janeiro contou ainda com os inéditos Priscilla (O2 Play/Mubi) e Meninas malvadas (Paramount), que teve sessões antecipadas na noite de quarta-feira. O musical expande circuito para 400 salas hoje, em sua estreia oficial ao lado de Beekeeper (Diamond) e Chama a Bebel (Dt/Paris).

‘Beekeeper’, ‘Meninas malvadas’ e ‘Chama a Bebel’ chegam aos cinemas

A primeira cine-semana de janeiro já mostrou a importância de títulos fortes disponíveis no circuito durante as férias. Os resultados de bilheteria são os maiores desde o fim de setembro de 2023, e, agora, os cinemas recebem novidades que podem reforçar esse movimento de crescimento.

Um dos destaques desta quinta-feira é Beekeeper – Rede de vingança (Diamond), que conta com o circuito de abertura mais amplo entre as novidades, tomando conta de 550 cinemas e 780 salas. Com classificação indicativa de 18 anos, o lançamento visa espectadores mais maduros, se comparado às principais ofertas no circuito atualmente, tendo especial foco nos fãs de filmes de ação.

No longa, um ex-agente de uma organização secreta decide fazer justiça com as próprias mãos quando descobre que há um sistema criminoso por trás da morte de sua amiga. De acordo com a distribuidora, o longa se assemelha às franquias John Wick e O protetor, e o potencial visto na trama levou a campanha do filme a entrar para os dez maiores investimentos da história da Diamond.

Beekeeper é protagonizado por Jason Statham, que, em 2023, estrelou três títulos nas telonas brasileiras, totalizando 1,8 milhão de ingressos vendidos — impulsionados pelos 1,2 milhão de Megatubarão 2.

Novo Meninas malvadas chega a 400 salas

Meninas malvadas (Paramount) inicia suas sessões antecipadas na noite de hoje, em 82 cinemas e 84 salas, e expande o circuito para 320 complexos e 404 salas na quinta-feira. O longa é inspirado no musical da Broadway que, desde 2018, já arrecadou US$ 124,1 milhões. A peça, por sua vez, é baseada no filme de mesmo nome lançado em 2004.

De acordo com as críticas já publicadas, essa nova versão atualiza para os atuais contextos sociais a história de Cady Heron, uma novata na escola que consegue se aproximar das garotas mais populares do colégio, mas comete o erro de se apaixonar pelo ex-namorado da líder desse grupo.

Em 2004, o filme original levou cerca de 220 mil espectadores aos cinemas brasileiros. Desde então, a carreira na TV transformou o filme em um fenômeno entre jovens, principalmente entre os públicos feminino e LGBTQIAP+ , que também são o alvo da nova produção. 

O remake já tem sessões esgotadas para essa quarta-feira, quando promove uma ação para o público comparecer aos cinemas usando rosa, como as personagens do longa fazem. A procura para essas primeiras exibições mostra que haverá a chamada corrida de fãs, que acaba concentrando um volume considerável dos resultados em seus primeiros dias em cartaz. E o boca a boca desses espectadores é essencial para as chances do musical manter um bom desempenho ao longo de sua carreira.

Internacionalmente, a expectativa é que a abertura norte-americana arrecade acima de US$ 27 milhões de sexta a segunda-feira, quando se comemora o feriadão do Dia de Martin Luther King nos EUA.

Produção brasileira ganha amplo circuito

Com exibição garantida em  229 cinemas e 252 salas, Chama a Bebel (Dt/Paris) é a mais nova produção brasileira que chega ao circuito nesta quinta-feira para reforçar a oferta nacional nas telonas — que, apenas nesta semana, já vendeu quase 700 mil ingressos.

O longa retrata uma geração jovem e engajada com questões humanitárias e ambientais, e traz no papel principal Giulia Benite, a Mônica da franquia Turma da Mônica — o que pode atrair fãs para conferir a nova personagem da atriz nos cinemas.

Por se tratar de um filme voltado para o público adolescente e jovem, Chama a Bebel pode competir diretamente com Meninas malvadas.

Os rejeitados (Universal) abre sem competição direta em 85 complexos e 96 salas. Com US$ 21 milhões arrecadados pelo mundo e 96% de aprovação no Rotten Tomatoes, o longa deve atrair principalmente cinéfilos para suas sessões no Brasil, considerando que é um dos principais candidatos da temporada de premiações.

A lista de estreias da semana inclui ainda o documentário Praia da saudade (Cavideo), que leva para o Estação Net Botafogo, no Rio, a questão das mudanças climáticas e do genocídio dos povos originários Goytacazes.

Fim de semana salta 77% em renda e 73% em público no Brasil

As bilheterias brasileiras saltaram 77% em renda e 73% em público no fim de semana de 4 a 7 de janeiro, ao arrecadar R$ 37,2 milhões com a venda de 1,7 milhão de ingressos. Esse crescimento expressivo é um reflexo do retorno dos espectadores ao circuito após o ano novo, além da oferta de títulos potentes.

As animações Wish – O poder dos desejos (Disney) e Patos! (Universal), por exemplo, atraíram juntas quase 600 mil espectadores.

Wish, que chegou a liderar o ranking na quinta-feira, fechou seus primeiros dias de exibição na segunda colocação, com R$ 7,7 milhões arrecadados e 359,6 mil espectadores. É uma ótima abertura, considerando o comparativo com Elementos, animação da Disney/Pixar que surpreendeu nas bilheterias em 2023 ao abrir com R$ 7,6 milhões e 356,1 mil ingressos vendidos.

A nova animação, que comemora o centenário do estúdio, teve um especial aproveitamento nos complexos da Cinemark e de áreas nobres do Brasil, com destaque para UCI New York, no Rio, Cinemark Salvador, Cinemark RioMar Recife e Kinoplex Parkshopping, de Brasília. O comportamento foi semelhante ao de Patos!.

Patos se destaca para além do eixo RJ-SP

O longa da Universal, no entanto, fugiu da tendência de concentração no eixo RJ-SP. Em termos de renda, por exemplo, o Cinemark BH Shopping foi quem liderou, seguido pelo Cinemark Niterói e Cinemark RioMar Recife.

Patos! garantiu a quarta colocação do ranking do fim de semana, e, dada a repercussão positiva entre público e crítica, tem grande chance de crescer nas próximas semanas.

Os R$ 5 milhões arrecadados e 239,6 mil espectadores registrados pelo filme ficam abaixo de Gato de Botas 2, animação do mesmo estúdio que estreou nas férias de janeiro do ano passado (R$ 12,8 milhões e 622,5 mil ingressos vendidos). Mas o longa de 2023, vale lembrar, se beneficiou por já ser uma marca consolidada nos cinemas.

Minha irmã e eu supera 800 mil espectadores

A comédia brasileira Minha irmã e eu segue mostrando seu amplo apelo para o público brasileiro. O terceiro colocado do fim de semana cruzou ontem a marca de 800 mil ingressos vendidos após atrair 288,6 mil espectadores no fim de semana, gerando R$ 6,2 milhões. É certo que o longa se tornará, nos próximos dias, o primeiro filme brasileiro a alcançar 1 milhão de espectadores desde Minha mãe é uma peça 3 (Dt/Paris), de 2019.

O resultado de Minha irmã e eu entre os dias 4 e 7 de janeiro representa um crescimento de 55% em público e 63% em renda, motivado principalmente pelo retorno do público aos cinemas em datas que, no último fim de semana, foram de um quase esvaziamento do circuito.

Esse efeito também foi visto no desempenho da produção brasileira nesta segunda-feira, quando registrou crescimento de 58% de renda e 127% em público. A diferença no nível dos percentuais se dá pelos valores mais baixos de ingressos praticados durante os dias úteis.

Mamonas Assassinas – O filme (Imagem) caiu da terceira para a quinta colocação, mas apresentou crescimento de 6% em renda (R$ 3,8 milhões) e 1% em público (181,2 mil). Com os resultados de ontem, a cinebiografia brasileira totaliza 535,7 mil ingressos acumulados.

Os dois títulos mostram o potencial do cinema brasileiro quando há histórias que geram identificação, data de estreia oportuna e campanhas bem trabalhadas com o público. No total, todos os títulos nacionais exibidos entre 1º e 8 de janeiro representam 29,2% da renda arrecadada nesse período, e 30,2% do público.

Mais de 2,5 milhões de pessoas já assistiram a Aquaman 2

Aquaman 2 – O reino perdido (Warner) vem reforçando a ideia de que os filmes de super-heróis ainda têm um mercado forte no Brasil. A produção Warner/DC emplacou sua terceira liderança consecutiva do ranking do fim de semana, apresentando um aumento de 20% em renda (R$ 10,6 milhões) e 14% em público (471,5 mil). Ontem, o filme superou a marca de 2,5 milhões de espectadores (R$ 51 milhões), consolidando-se como o segundo melhor longa do DCEU (Universo Estendido DC) no pós-pandemia, ficando atrás apenas de Adão Negro (R$ 80,1/4,3 milhões de ingressos) até agora.

Wonka (Warner) sentiu o impacto das novas ofertas para toda a família e caiu para a sexta colocação do ranking. O desempenho também reflete o fato de o filme já não ser uma novidade para os espectadores. Apesar disso, o musical atraiu mais de 100 mil pessoas (-23%) para suas sessões e superou a marca de 2 milhões de ingressos vendidos.

Os destaques do ranking também incluem Priscilla (O2 Play/Mubi), sétimo colocado (17,6 mil ingressos), que já totaliza 35,2 mil espectadores, contando com as sessões antecipadas; O melhor está por vir (Pandora), de Nanni Moretti, que ficou com a décima colocação; e Dogman, da Diamond, que fechou seu primeiro fim de semana na 12ª posição.

Monster (Imovision) e Napoleão (Sony) também merecem atenção. O longa japonês está no top 20 há seis semanas e vem apresentando ótimas sustentações, e o épico de Ridley Scott teve a melhor média de público por sessão neste fim de semana — uma posição possibilitada pelo bom aproveitamento na redução do número de exibições.

Mercado exibidor cresce em 2023, mas enfrenta pressão de custos e endividamento

O mercado cinematográfico brasileiro cresceu, em renda bruta, cerca de 25% em 2023; em número de ingressos vendidos o acréscimo foi de 21%. Há uma clara tendência de recuperação do público, alimentada principalmente pela qualidade e quantidade dos lançamentos. Na medida em que a estrutura do circuito exibidor se mantém, é o filme o grande fator de crescimento ou queda nos números gerais. Por estrutura, entendemos o número de cinemas (833, em 2023, contra 805, em 2022) e o de salas (3.500, em 2023, contra 3.366, em 2022). 

Não há alterações, em 2023, no ranking das principais empresas exibidoras brasileiras comparado com 2022. As cinco primeiras continuam sendo, pela ordem, Cinemark, Cinépolis, Kinoplex, Araújo e UCI, como se pode ver na tabela abaixo que lista as 20 maiores organizações exibidoras em participação no mercado.

Os percentuais também são similares: em 2023, as cinco maiores ocuparam 62,5% do mercado, em renda, e 56,6% em público, índices ligeiramente inferiores aos de 2022, 63,8% em renda e 57,6% em público.

O mesmo cenário é verificado no grupo das 20 maiores, responsáveis por gerar 88,5% da renda bruta e 85,6% dos ingressos vendidos em 2023. No ano anterior, esses percentuais foram de 89,3%, para a renda, e 86,2%, para o público.

É um mercado pouco concentrado e estável, fatores positivos para a indústria audiovisual brasileira. Esse é um cenário que pode estar, entretanto, ameaçado, pois o setor enfrenta uma pressão de custos administrativos e, principalmente, um nível de endividamento alto. As parcelas dos empréstimos contraídos durante a pandemia começaram a ser pagas, pressionando as margens operacionais. A consequência é uma ação de redução de custos, tanto de recursos humanos quanto de manutenção e de renovação tecnológica, que pode vir a afetar a qualidade dos serviços.

Como a maior parte da dívida é com entidades federais, um exame atento por parte dos órgãos envolvidos, especialmente a Ancine e o BNDES, é recomendado. E, assim como na fase de estabelecimento dos critérios para cumprimento da recente legislação da Cota de Tela, serão fundamentais o diálogo e o entendimento entre as entidades privadas e públicas atuantes na indústria.   

‘Wonka’ retoma liderança global

Apesar de algumas novidades no circuito global, a liderança deste fim de semana foi retomada por Wonka (Warner), que está em sua quarta semana de exibição. O longa captou US$ 43,4 milhões, apresentando uma sustentação (-31,1%) consideravelmente positiva para o atual momento de sua carreira.

O fim de semana também foi importante para Wonka graças à superação de US$ 450 milhões no mundo. Com US$ 465,8 milhões arrecadados, o filme está a menos de US$ 10 milhões de ultrapassar A fantástica fábrica de chocolate, de Tim Burton, lançado em 2005.

Nos EUA, o filme também teve o melhor desempenho do fim de semana (US$ 14,4 milhões). Com isso, garantiu a liderança em três de seus quatro fins de semana no mercado.

Aquaman 2 supera US$ 300 milhões

Quem também teve motivo para comemorar foi Aquaman 2 – O reino perdido (Warner), que atingiu a marca de US$ 300 milhões arrecadados pelo mundo. O super-herói conquistou o feito após emplacar a terceira posição do ranking norte-americano (US$ 10,6 milhões/-41,9%) e a vice-liderança global, com US$ 40,9% (-41,5%).

Com US$ 334,8 milhões acumulados pelo mundo, Aquaman 2 está entre os melhores desempenhos do DCEU (Universo Estendido DC) do pós-pandemia, ficando atrás apenas de Adão Negro (US$ 393,2 milhões), lançado em 2022, e podendo ser o primeiro longa da franquia a superar US$ 400 milhões globais desde 2018.

As animações Patos! (Universal) e Wish – O poder dos desejos (Disney) também se destacaram com o alcance de seus acumulados. O longa da Universal emplacou a terceira colocação do ranking global ao captar US$ 25,7 milhões (-25%), totalizando US$ 150,7 milhões em todo o mundo. Já Wish, que vendeu US$ 19,8 milhões em ingressos neste fim de semana e garantiu a quinta colocação do ranking, superou US$ 200 milhões acumulados.

A quarta posição do ranking global ficou com o chinês Johnny keep walking , que mostrou ótima sustentação (-13,7%) ao captar US$ 22,5 milhões em seu segundo fim de semana de exibição. 

Mergulho noturno (Universal), que chega aos cinemas brasileiros no próximo dia 18, abriu na sexta colocação global (US$ 17,7 milhões). O desempenho foi impulsionado pela estreia no mercado norte-americano, onde captou US$ 12 milhões nos últimos três dias.

‘Minha irmã e eu’ cresce 54% e já foi visto por 762 mil brasileiros

Os números de Minha irmã e eu (Dt/Paris) mostram que a comédia está conquistando os brasileiros cada vez mais. Em seu segundo fim de semana, o filme cresceu nada menos que 54%, um fenômeno raro para qualquer tipo de produção.

O longa foi visto por mais 288 mil pessoas de quinta a domingo, gerando R$ 6,2 milhões, e agora já acumula 762 mil ingressos vendidos, segundo dados estimados do Filme B Box Office Brasil. Nesse ritmo, deve ultrapassar 1 milhão nos próximos dias. A última vez que um filme brasileiro bateu a marca foi com Minha mãe é uma peça 3, também dirigido por Susana Garcia.

Mamonas Assassinas (Imagem), apesar de ter crescido bem menos (+2%), também vem mostrando resultados consistentes. Neste fim de semana, a cinebiografia musical ultrapassou a marca de meio milhão de público.

Aquaman 2 lidera de novo

Foi Aquaman 2 (Warner) quem liderou o período pela terceira vez. Enquanto tanto se discute a chamada “fadiga dos filmes de super-heróis”, o personagem da DC mostra que, pelo menos no Brasil, segue forte após vender mais 473 mil ingressos (um crescimento de 15%) e acumular mais de 2,4 milhões.

É importante lembrar, contudo, que parte deste e outros crescimentos se explicam, em parte, pelo fato de os cinemas estarem fechados no domingo anterior, véspera de réveillon. Aquaman 2 registrou a segunda maior média de público por sessão, atrás apenas de Napoleão (Sony), conforme tabela abaixo:


 

Wish abre em segundo, e Patos, em quarto

As animações Wish – O poder dos desejos (Disney) e Patos! (Universal) foram as principais novidades no circuito. O longa da Disney chegou a liderar na quinta-feira, mas terminou o fim de semana em segundo lugar, com 360 mil bilhetes vendidos e R$ 7,7 milhões arrecadados — mais que o dobro da abertura de Mundo estranho, a última animação da major lançada nos cinemas (114.927), em 2022.

Já a comédia da Illumination assegurou a quarta colocação, com 241 mil de público e R$ 5 milhões de renda. O mercado acredita que a abertura ainda não refletiu todo o potencial de Patos!, que pode se beneficiar do boca a boca positivo.

Priscilla (O2 Play/Mubi) foi a terceira estreia que emplacou o top 10, em sétimo lugar. Por fim, vale destacar Wonka (Warner), que, após cinco semanas, ultrapassou a marca de 2 milhões de ingressos.

No total, os cinemas brasileiros venderam 1,7 milhão de ingressos (R$ 36 milhões) de quinta a domingo, o que representa um crescimento de mais de 70% em relação ao fim de semana anterior. Este foi, aliás, o melhor fim de semana desde 12 de outubro, Dia das Crianças, quando estavam em exibição Patrulha Canina – Um filme superpoderoso e Trolls 3 – Juntos novamente.

H2O diverte exibidores com exibição de ‘Príncipe Lu’

Férias e filmes para toda a família vem formando uma combinação bem sucedida nas bilheterias há anos, e, em janeiro de 2024, o cinema brasileiro entra nessa mistura com a estreia de Príncipe Lu e a lenda do dragão, novo longa de Luccas Neto para as telonas, que será distribuído pela H2O Films. De acordo com a distribuidora, a produção deve garantir cerca de 600 salas em sua abertura, no próximo dia 25.

O potencial do YouTuber é apoiado por seus números: são 5,8 milhões de seguidores no Instagram e 41,4 milhões de inscritos no YouTube. Claro que esse amplo alcance se traduz em uma audiência menor no circuito cinematográfico, mas, vale lembrar que o primeiro filme de Luccas Neto para os cinemas, Os Aventureiros – A Origem (Warner), ocupou, por alguns meses, a posição mais alta do ranking de filmes brasileiros em 2023, e terminou o ano como a segunda maior bilheteria nacional (R$ 7,5 milhões e 429,9 mil ingressos).

“O Luccas, em si, já é um fenômeno, e esse é um filme com valor de produção muito maior do que os conteúdos que ele faz para Internet,” afirmou Lucia Burmeister, Gerente de Marketing da distribuidora, antes da exibição de Príncipe Lu para exibidores, no Cinemark Village Mall, no Rio de Janeiro.

A sessão arrancou risos do público presente e confirmou um aspecto apontado por uma pesquisa anteriormente encomendada pela H2O: o filme também tem seu apelo para o público adulto, e um dos principais trunfos para esse grupo é a presença de Renato Aragão no elenco.

Campanha se concentra nas redes sociais

Para atingir o público infantil, que é o principal alvo da produção, a campanha terá uma concentração maior no ambiente on-line, nas redes sociais Meta, plataformas Google e no TikTok, onde o criador de conteúdo conta com 16 milhões de seguidores.

Além disso, a campanha também inclui:

O que muitos podem não saber, e que também conta a favor do filme, é que a trama traz um personagem já conhecido pelos fãs. Príncipe Lu chega agora aos cinemas, mas já protagoniza conteúdos para o Youtube há cinco anos, o que pode também impactar positivamente seu desempenho nas bilheterias brasileiras.

O principal desafio do novo longa de Luccas Neto é a competição com duas animações hollywoodianas, que, juntas, levaram mais de meio milhão de espectadores aos cinemas neste fim de semana de abertura.

Parceria entre Luccas Neto e H2O se estende até 2025

Príncipe Lu e a lenda do dragão é apenas o primeiro capítulo da parceria entre Luccas Neto e H2O. A distribuidora afirma que, apenas entre 2024 e 2025, lançará quatro filmes com o criador de conteúdo, e, por isso, reforça seu compromisso com a campanha desse primeiro título.  “A H2O não vai medir esforços para fazer desse filme um grande sucesso”.